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Moda

A evolução da moda fitness editar.

Peças curingas entre o esportivo e o casual são apostas de grandes marcas para quem preza conforto e estilo

 

 

A moda fitness não se restringe a peças básicas, lisas e escuras. Com tanta gente investindo no seu projeto de malhação, as opções para o look esportivo vêm crescendo e criando tendências sazonais como na moda urbana. Marcas especializadas em roupas esportivas estão despontando nos desfiles de importantes eventos de moda .

A moda fitness passou a se misturar com os looks do dia a dia, gerando tendências como athleisure e normcore. Trata-se de um reflexo cultural da constante preocupação com a saúde e o corpo, criando um amplo mercado de consumo que exige, conforto, beleza e tecnologia nas roupas.

 

O conforto das roupas esportivas fez com que certas peças logo fossem incorporadas ao estilo casual, como os shorts, tops, leggings e tênis. Na década de 80 isso foi uma febre, quando os exercícios aeróbicos estavam no auge. Na última década, as tendências esportivas se propagaram através das redes sociais, que proporcionam destaque, além das musas e celebridades que espalham as estampas, cores e grafismos, fazendo a moda fitness bem mais interessante e atraente.

Peças híbridas entre o esporte e o casual passaram a fazer parte de coleções sazonais e viraram marcas do estilo pessoal de muita gente que dá preferência ao conforto em qualquer ocasião. Por exemplo, algumas das gigantes do varejo prêt-à-porter internacional como GAP, Zara, H&M e Urban Outfitters ensaiam, desde o ano passado, a substituição de calças jeans por calças de moletom com corte de alfaiataria, nos guarda-roupas femininos e masculinos. A alemã Adidas estabelece parcerias com importantes marcas e estilistas para criar suas coleções esportivo-urbanas, como Stella McCartney, Topshop e a carioca Farm.

A moda para os portadores de necessidades especiais

Divulgação

Baseadas em suas próprias dificuldades na hora de se vestir, Cadeirante Luana Cavalcante estuda moda e cria marca de roupas para que os portadores de necessidades especiais.

 

Assista a entrevista no programa Esquenta da Regina Casé:

 

http://globotv.globo.com/rede-globo/esquenta/v/luana-cavalcante-fala-sobre-sua-marca-de-roupas-para-cadeirantes/3917333/

 

Assim como outros cadeirantes, eu também não gosto da palavra 'superação' ou algo do tipo. Minha intenção não é fazer da história de um cadeirante algo surpreendente/sobrena-

tural; Mas sim, para ser lida e logo depois fazer você pensar

(Luana Cavalcante)

Entrevista com a Tina Descolada, como surgiu o projeto

Cadeirante desenvolve projeto de inclusão social para portadores de necessidades especiais.

Como surgiu a idealização do projeto?

A ideia da Tina descolada veio de uma forma intuitiva mas baseada em umas cenas do filme “O fabuloso Destino de Amelie Polan” , onde Amelie pega o anão do pai que estava guardado no porão e que depois foi levado para o jardim, e o leva para uma amiga que era comissária de bordo para fotografar o anão nos lugares em que ela passava a trabalho pelo mundo. A amiga enviava as fotos do anão como cartão-postal desses lugares, a fim de provocar o pai, que era uma pessoa fechada, a sair do lugar. A Tina passa por aí, a intenção é provocar as pessoas com deficiência, sejam crianças ou adultas, a se mostrarem para o mundo, a se  empoderar. E outra função da Tina é levar a imagem positiva e proativa das pessoas com deficiência, dentro da capacidade de cada um.

Agora tem uma coisa que é interessante, que a gente tem que tomar cuidado com isso, porque sou psicóloga e eu cuido muito da questão da ética, a ética mesmo em relação a isso, 

Elaine Borges

“Eu estou criando sonhos na cabeça de muita gente?” Sim, pode ser. Estou  criando, estou levando a imaginação para muitas crianças, por exemplo, o fato real: eu levo a Tina para uma cachoeira e fotografo a Tina em uma cachoeira, é muito difícil você encontrar uma cachoeira acessível, existe, mas é muito difícil, porque não se interfere muito na natureza com relação a acessibilidade. E ai, o que acontece é que essa questão da ética eu tomo cuidado, então coloco sempre uma frase de um pensamento meu, que é a seguinte: “No reino do imaginário nós podemos tudo, mas no reino da realidade, cada um deve saber do seu possível.” Então assim, cada um que tem sua deficiência, sua limitação, ele vai saber até onde ele pode ir também. A deficiência física, as vezes ela incapacita muitas coisas, outros tipos de deficiência não, então cada um deve saber disso e procurar fazer principalmente aquilo que gosta dentro do seu potencial.

 Então assim, as pessoas consomem isso na mídia, e aí vem um filho com algum tipo de deficiência, então para as famílias é difícil, para as próprias pessoas é difícil, mas vai depender de como é o ambiente que ela vive, de como ela é aceita pela família, isso tudo vai influenciar de como ela lida com a deficiência. Então esse entendimento que me motivou e me impulsionou a criar esse movimento social, a ideia de criar uma personagem onde ela pudesse representar essas pessoas, com uma outra visão, procurar uma visão positiva, tentando mudar essa realidade.

Qual a intenção por trás dessa iniciativa?

Eu não tenho nenhuma deficiência aparente, claro tenho minhas limitações como pessoa, mas deficiência física nenhuma, como eu pensei pela visão do deficiente e de onde surgiu esse projeto, é o seguinte: toda minha vida profissional eu trabalho com pessoas com deficiência desde estagiária, então isso começou em 86, tem muito tempo, passei por todas as deficiências possíveis, então a minha experiência com essas pessoas e familiares principalmente de pessoas com deficiência de todos os tipos, ela foi me causando uma indignação de como a sociedade trata essas pessoas, ainda existe muito preconceito, ainda existe discriminação e existe isso dentro da própria família dessas pessoas. Porque nós não estamos preparados, pois estamos dentro de uma sociedade que ainda valoriza muito o perfeito, principalmente em relação a moda, “O que tem dentro das passarelas? É isso, essa rigidez, esse padrão, essa tirania de beleza perfeita.”

 

Marta Anísia Alencar, 53 anos, trabalha como profissional em psicologia desde 89, mas desde 86 trabalho com pessoas com deficiência.
 

Elaine Borges

Existe algum tipo de apoio para reabilitação e inclusão social dos envolvidos no projeto?

 

Eu não sou uma associação, eu não sou o uma ONG, eu falo que sou uma ING (rsrs) Individuo não Governamental, então a Tina sou eu, que tenho todas as ideias, que faco todas as postagens, que faco as fotos, eu criei a tecnologia de fazer as oficinas inclusivas, então assim eu e pessoas ao meu lado como voluntárias que me apóiam e me ajudam, o legal do trabalho social é isso, tem pessoas dispostas a ajudar. Centralizam em mim, as ideias e as criações.

Vou detalhar uma oficina inclusiva, como surgiu e porque surgiu isso. A Tina ela morava em um cyber espaço, a Tina mora dentro de um site, dentro de um blog, no facebook, dentro de uma fotografia, e me perguntava o que eu poderia fazer realmente para que  ela fosse mais inclusiva. Aí eu comecei a fazer as oficinas, e a ideia veio de fazer bonecos, corações solidários, que é a partir de amarrações de arames que a gente vai tecendo, enrolando linhas, e a medida que vamos enrolando essas linhas, vamos nos enrolando, nos envolvendo emocionalmente com o outro que está do lado, e normalmente as oficinas têm pessoas com e sem deficiência, de todas as idades, então nelas eu procuro ter a diversidade humana. Os meninos que eu trabalho dentro da instituição que é a AMR (Associação Mineira de Reabilitação), são crianças com deficiência física prioritariamente e são a maioria de baixa renda, e o que vemos é que elas tem o um déficit no lazer. Elas não têm como se divertir em casa,não saem muito de casa, a rotina é escola, reabilitação, hospital e as mães, e as famílias vivem muito em função desse filho, não têm muita oportunidade de lazer e as oficinas passaram a ser uma opção para essas famílias. Essas oficinas acontecem em ambientes externos, já fiz em vários lugares, a próxima será na casa do baile, a convite do educativo da casa do baile eu vou levar dez crianças e suas famílias, para o museu da Pampulha, onde muitos nunca foram e não conhecem a lagoa da Pampulha, eles vão para lá para fazermos a oficina de corações, fazemos em piqueniques, já fiz na rua, já fiz a oficina de cadeirinhas de rodas, eu consegui um marceneiro pai de uma criança da AMR, ele fez 10 cadeirinhas de madeira, onde 5 meninas cadeirantes da AMR e 5 meninas da zona sul, onde cada uma levou sua Barbie e customizaram as cadeiras com rendinhas, essa oficina foi em frente, a papelaria Patricia de Deus que foi uma parceria com essa pessoa. Estou desenvolvendo uma cadeirinha para as bonecas, porque o brinquedo pode tratar desse tema. Com relação a fé dos pais nesses projetos inclusivos, as mães têm motivação para fazer essas coisas, não encontram barreiras quando eu convido, normalmente não têm dificuldade, a não ser quando é um caso mais grave que sabemos que não vai aproveitar muito o que é proposto.

Falando de outras ações, até mais voltada para área de vocês, que foi uma ação que saiu do espaço dos blogs, do irreal para a realidade, que é a passarela inclusiva. A passarela inclusiva surgiu a partir de uma pessoa que me convidou para um programa de televisão que falava de moda, que é o Alexander Dario. Ele me pediu que levasse algumas pessoas para mostrar o look, mostrar que essas pessoas podem estar bem vestidas e produzidas e com estilo, a partir desse programa as pessoas viram e falaram que tal fazer um desfile? E eu sou daquelas, se tá dentro do meu ideal, vamos fazer, tenho um lema:”ideias para que te quero? Para usá-las.” E ai, com o convite, o primeiro desfile foi uma festa grande da prefeitura, no parque municipal, fiz uma parceria com a Cássia Macieira que é coordenadora do curso de Moda na FUMEC e foram usadas as roupas que os alunos fizeram na conclusão de curso e não teve adaptação nenhuma de roupas, e foi legal.

E falando sobre o que cabe na área de vocês, a passarela inclusiva é sobre a diversidade e não de moda, não é moda que se mostra, não é de moda que se fala, as pessoas estarão bem vestidas sim, com estilo, mas isso não é o mais importante, o mais importante é que são pessoas com as mais diversas formas de serem pessoas. Procuro a maior diversidade possível: negro, homossexual, andrógeno, cadeirantes, cego, modelos de passarela que é uma forma rara de ser, o corpo perfeito existe, é raro mas existe. Então assim, quando tem a passarela inclusiva eu vou convidando, não tem testes fechados, vai depender de quem pode naquele momento, eu não tenho nada assim formalizado, formatado, institucionalizado, não é uma coisa para se ganhar dinheiro, é por uma causa. Pode acontecer, igual a uma pessoa em SP que tem uma agência de modelos que tem deficiência e que ela oferece para fazer esses trabalhos, que é uma forma de se conseguir emprego, seria muito interessante se eu tivesse essa disponibilidade de montar uma agência aqui em AMG também, mas eu não tenho muito esse lado de negócios.

 

A Tina Descolada possui sede?

 

A Tina não possui sede física, como já foi dito ela vive em um cyber espaço, eu não sei se eu colocaria a Tina formatada em uma instituição, hoje eu penso que não, penso que devo seguir minha intuição fazer aquilo que eu acho que é legal, eu falo eu, mas estou sempre tendo feedback das famílias e crianças com quem trabalho, tenho o cuidado de respeitar também o desejo das crianças. Procuro sempre traçar o perfil da Tina como a mais comum, mais normal dentro do tipico. E sempre pergunto o que elas acham, me ajudem com uma historia, então tem sempre essa troca com as famílias.

 

Contato para maiores informações sobre o projeto e se caso alguém tenha interesse em colaborar.

Geralmente as pessoas procuram pelo facebook, a Tina é muito ativa pelo facebook, perguntam “inbox” e se oferecem, e com pessoas que vou conhecendo no dia a dia. Com a Tina a minha vida ganhou cor, se tornou mais interessante, eu conheço muitas pessoas interessantes, a Tina tem uma amiga nas Filipinas que é apaixonada por ela e pelo projeto.

O que me dá mais prazer é fazer os outros curtirem a vida.

 

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